Cartas de amor aos mortos (Ava Dellaira)

A resenha de hoje é de um dos livros que estavam na minha lista de 16 livros para 2016 (falei sobre a lista toda aqui!)! Tinha Cartas de amor aos mortos na minha estante há um bom tempo, mas só este ano eu finalmente consegui pegar para ler! Hoje vim contar o que eu achei! :D

Autora: Ava Dellaira | Editora: Seguinte | Páginas: 344

Laurel é uma adolescente com uma vida nada comum. Há menos de um ano, perdeu a irmã mais velha, May, em um acidente em que ela mesma estava presente. Depois disso, sua família se despedaçou: a mãe foi morar sozinha na Califórnia e, por isso, May mora uma semana com o pai e uma semana com a tia. Sem conseguir conversar com ninguém sobre o que realmente aconteceu na noite do acidente, Laurel decide mudar de escola e começar de novo, o que claramente é um desafio no ensino médio. É só quando sua professora passa um trabalho em que cada um deveria escrever uma carta para alguém que já morreu, que Laurel finalmente enxerga uma válvula de escape. Embora não mostre as cartas para mais ninguém, ela escreve constantemente para seus ídolos… E de alguma forma eles a ajudam a descobrir mais sobre quem ela é depois que tudo ao seu redor mudou.

Eu me apaixonei pela proposta desse livro no momento em que o segurei na livraria. Eu sempre acreditei que todo mundo pode encontrar conforto em alguma coisa, seja música, livros ou qualquer outra válvula de escape. Inclusive, existe uma frase de uma música que eu amo (da banda Boys Like Girls), que diz assim: “We’re all looking for something to take away the pain” (“Estamos todos em busca de algo para aliviar a dor”)… E não é verdade? Talvez por isso eu tenha visto algo muito verdadeiro na maneira como a Laurel escrevia as cartas. Depois da morte da irmã, depois de perder sua conexão com ela mesma e com todos ao seu redor, depois de não conseguir mais se expressar e conversar sobre tudo aquilo que a sufocava, ela encontrou alívio nas palavras para pessoas que, de certa forma, faziam parte dela também. Músicos, atores, artistas com quem ela se identificava e com quem ela se sentia confortável em conversar.

Essa não foi uma narrativa que eu me envolvi desde a primeira página, pelo contrário, fui me apegando e me envolvendo aos poucos. Amei a Laurel e torci por ela durante todo o livro. Torci para que ela fizesse novos amigos, para que conseguisse melhorar a relação com a família, para que que lembrasse de May sem sentir dor o tempo todo. Também amei os amigos que ela fez no colégio, todos eles com seus próprios problemas e também tentando descobrir quem eram. Sobre o romance do livro, gostei também, mas não foi um ponto crucial pra mim. Embora eu tenha gostado do Sky, acho que a Laurel estava passando por muitas questões internas e, talvez por isso, não estava totalmente pronta para um relacionamento. Ao mesmo tempo que senti falta de um aprofundamento nesse romance, entendi e concordei que isso não era uma prioridade na narrativa, sabem?

Essa busca pela identidade é algo que a maioria de nós passa em um certo ponto, não é? No caso de Laurel, ela precisou aprender quem era além de uma filha, uma irmã, uma amiga. Precisou sair da sombra de May para não só ser vista, mas para se entender também. Gostei muito da forma com a autora narrou essa busca. Apesar de ser uma personagem com muitas particularidades, acho que muitas pessoas vão conseguir se identificar com a Laurel.

Gostei muito desse livro! Ele até me inspirou para começar um projetinho de cartas no meu blog, hehe. Inclusive já até postei a primeira carta, para o Vincent Van Gogh (para ler, só clicar aqui).

Ah! E preciso ressaltar que essa edição é linda! Me apaixonei à primeira vista por essa capa e toda a diagramação do livro! :D Pontos para a editora Seguinte por essa lindeza, hehe!

Onde comprar: Submarino | Americanas | Shoptime

Vocês já leram ou tem vontade de ler esse livro? Contem pra gente nos comentários! <3